#ZineEntrevista: Geral tá convocado para a sessão do BRAZA!
�?oNo funk, dub, ragga ou no reggaeton�?�. No Hip Hop, no Jazz, nos ritmos africanos e nos brasileiros - segue o baile do BRAZA. E segue firme e forte, consistente, com aquela mescla que atribui ao grupo uma identidade e estética única. Danilo Cutrim (guitarra e voz), Vitor Isensee (teclado e voz) e Nícolas Christ (bateria) formaram o BRAZA em 2016, com o lançamento do álbum homônimo. E eis que, com apenas 1 ano e 4 meses de formação, a banda surpreende a massa de fãs e seguidores com mais uma obra inédita lançada de surpresa, o disco "Tijolo por Tijolo".
O trabalho foi gravado em 2017 no Rio de Janeiro, durante o outono e o verão, nos estúdios Neblina e Cantos do Trilho.Além dos integrantes do grupo, o processo de gravação também contou com Pedro Lobo e Pedro Garcia, além de outras parcerias nas composições. O novo álbum já está disponível em várias plataformas digitais: Youtube, Deezer, Spotify, Tidal e Itunes.
�z� Para nós, juiz-foranos, a boa notícia é que na sexta (13/07), rola o 2° show do BRAZA em Juiz de Fora, no Cultural Bar. Quem foi no primeiro com certeza já garantiu a presença no segundo. Quem não foi, ainda há tempo de sobra para ver e ouvir este espetáculo de perto. O encerramento da noite é coma banda OBEY! Mais informações no fim da página! �.
Com rimas e gírias corriqueiras, as canções do grupo abordam desde temas leves e cotidianos a críticas sociais, políticas e muita cultura urbana. Isso sem mencionar as inúmeras referências - musicais, literárias, filosóficas - e isso tudo sem soar pretensioso. Muito ao contrário! O som do BRAZA traduz a realidade de uma gama de brasileiros, contagia com alto astral e mensagens positivas, transmite a energia dos sound systems jamaicanos e dos paredões do funk carioca. Mas, como o contraste entre a complexidade e a simplicidade da música dos caras dá muito pano pra manga, páginas e páginas, é melhor deixar a palavra com quem entende do assunto. O tecladista e vocalista Vitor Isensee bateu um papo com a gente para falar um pouco do tanto que queremos saber sobre o grupo, as composições, os ritmos e muito mais!
ZINE - Qual a principal mensagem que vocês pretendem levar Brasil/mundo afora com o "Tijolo por Tijolo"?
BRAZA
"A principal mensagem do BRAZA é uma mensagem de jogar a vida para cima, sabe? Uma mensagem de esperança �?" é uma coisa que está embutida na nossa obra, por que nós temos essa veia, essa sensação. Embora a gente não negue as tristezas, as aflições e os problemas, no final das contas a vida vale a pena ser vivida. A gente vive hoje uma época em que notícia ruim é capim - tem para todo lado, com essa cultura do medo e do lamento. Então a nossa ideia é levantar a autoestima de quem tá ouvindo o so. Vivemos, especificamente no Brasil hoje, um momento muito triste, de autoestima baixa do povo, muito induzida por esse golpe que tá rolando aí. Então a gente vem tentando ir na contramão disso e dizer que não, que a gente tem muito motivo para se orgulhar, que a vida vale a pena ser vivida, que acreditamos no coletivo e na fraternidade. Essa é a nossa mensagem principal, seguida da mensagem do amálgama, da antropofagia - de misturar as influências contemporâneas do mundo com as raízes brasileiras."
ZINE - O que muda no BRAZA com o novo álbum? Vocês definiriam como uma nova fase ou uma continuação?
BRAZA
"O 'Tijolo por Tijolo' é uma continuação do BRAZA, o disco homônimo, com uma identidade um pouco mais definida daquilo que a gente vem buscando, da mistura que a gente vem propondo - de música urbana, de vertente da música reggae, do rap e as referências que a gente tem no Brasil. Então, é uma continuidade da proposta que a gente vem tentando mesclar. Chegamos um pouco mais perto disso, mas a caminhada continua."
BRAZA no Circo Voador/RJ, em 13/05/2017 (Foto: AF Rodrigues)
ZINE - Na nova turnê vão ser tocadas exclusivamente as músicas do "Tijolo por Tijolo" ou também há um espaço dedicado às canções do "BRAZA"?
BRAZA
"Nesta turnê, que estamos levando agora a Juiz de Fora e Belo Horizonte, esses vão ser, respectivamente, o quinto e o sexto shows. Já passamos por Porto Alegre, Rio Grande do Sul, São Paulo e agora Minas. Engloba todas as músicas do novo álbum, e tocamos praticamente todas do primeiro disco também, o BRAZA. A banda ser um projeto novo, de 1 anos e 4 meses,então não temos um repertório tão grande, são 2 discos e 22 músicas ao todo. Tocamos quase tudo que temos, para tornar a apresentação e o espetáculo interessantes, com um conteúdo que justifique o ingresso e a presença de todo mundo."
ZINE - Nos dois álbuns é perceptível que há um equilíbrio entre músicas com temáticas mais leves e outras que abordam questões políticas, sociais e culturais, além de críticas. Este contraste foi previamente pensado?
BRAZA
"Bem observado. Acho que existe uma preocupação sim em alternar estes momentos mais, digamos, sérios, e outros um pouco mais leves. A música e a arte têm tanto a função social e política quanto a do que podemos chamar de puro e simples entretenimento �?" as duas coisas são importantes, são válidas. E gostamos de transitar entre estes temas. Tem horas em que a gente quer falar ou ouvir assuntos mais sérios e profundos, outras a gente quer simplesmente não pensar em nada e só curtir. Então a gente alterna sim, não de forma totalmente premeditada, mas temos atenção para isso. Desde os temais mais sociais, políticos e resistenciais até os temas descompromissados e leves."
ZINE - Na faixa "Exército Sem Fala" há a participação especial da Sister Nancy, a primeira DJ feminina de Dancehall. Como surgiu essa parceria? Já eram fãs dela?
BRAZA
"Sempre fomos fãs dela. �? um ícone do Reggae, do Dub, do Dancehall. Uma referência muito forte para qualquer pessoa que curte as vertentes do reggae, a música jamaicana �?" e música em geral �?" ela é uma figura importante. A parceria surgiu através de um amigo e parceiro, Bruno Negreiros, o Zé, que participa bastante do movimento de Sound System do Rio. Ele é do 'Interferência Sistema de Som', que são grandes amigos nossos e têm muito contato com a galera da Jamaica. E, justamente através dele, enviamos a música para ela, com a letra traduzida. Ela ouviu, se interessou, curtiu e compôs a parte da letra que ela canta, gravou e mandou para nós. Então foi uma parceria virtual. Não nos conhecemos pessoalmente até agora, mas quem sabe um dia a gente consegue concretizar isso, ou indo para a Jamaica ou ela vindo pra cá, é um sonho que a gente tem. Uma grande honra ter gravado essa música com ela, somou muito, acrescentou muito!"
ZINE - A faixa "Qual é o Rosto de Deus?", traz uma reflexão com uma mensagem incrível. E a repercussão tem sido enorme. Era esperado? Para vocês, pessoalmente, essa pergunta (Qual é o rosto de Deus?) tem uma resposta?
BRAZA
" 'Qual é o Rosto de Deus?' é uma música que acabou sendo bem importante nesse disco, embora a gente, no processo de composição, não desse tanta importância para ela. Claro que gostamos dela, é uma música muito bonita e profunda. Mas confesso que é um pouco surpreendente vê-la repercutindo assim, de forma forte. A grande questão é que ela toca em um assunto que diz respeito a 99% dos seres humanos, que são os sabores e dissabores da vida, as alegrias e as tristezas. Então realmente acaba fazendo com que muita gente se identifique. Essa resposta, à pergunta, não sei. Acho que não existe, né? Ou existe em um plano metafísico, de uma forma que a gente não consegue traduzir racionalmente. A pergunta é muito mais metafórica do que prática, é uma metáfora sobre o que é o divino, se existe ou não existe, o que é existir... aquilo que sempre foi, é. Aquilo que existe um dia acaba. Então... (risos), é bem filosófica a questão. Por isso a resposta é pessoal, vai de cada um. Qual é o rosto de Deus? Cada um vai poder dizer por si mesmo, eu acho!"
ZINE - Como é o processo de composição? Quais as inspirações de vocês, assim como a preparação (uma vez que as letras têm muita rima, poesia e significado)?
BRAZA
"Todas as letras e músicas são compostas por nós todos. Neste disco, contamos também com alguns parceiros em algumas faixas, como o Pedro Lobo, que é o baixista que vem acompanhando a gente; o Bruno Negreiros, que é um grande amigo e produtor musical; a Sister Nancy, que é uma figura emblemática do reggae americano. Mas, de forma geral, o nosso processo de produção é muito contínuo, temos muito o costume de anotar as ideias, não só de letras mas também instrumentais, e, em um dado momento, juntamos tudo para formar uma obra �?" é mais ou menos assim que funciona, um processo bem coletivo. A gente só bate o martelo e determina que está terminado quando todos estão satisfeitos."
ZINE - Há pouco tempo vocês falaram em uma entrevista sobre a possibilidade de fazer uma turnê internacional. Já há planos, propostas ou alguma previsão?
BRAZA
"Essa pergunta tem surgido bastante, talvez pelo nome da banda trazer uma ligação com a visão que se tem do Brasil fora do Brasil. Temos muita vontade de tocar fora, temos alguns contatos. Há rádios que tocam nossa música na Angola, na Argentina, na Austrália. Mas, por enquanto, são só vontades e ideias, não temos nada certo. Mas pretendemos, em algum momento, extrapolar as fronteiras - uma das coisas mais legais da arte e da música é isso, né? São linguagens que rompem barreiras culturais mesmo e promovem este intercâmbio. Então temos, sim, muita vontade."
Foto: Marcio Marcos Filmes
Todo mundo já sabe: geral tá convocado para a sessão do BRAZA em JF! �Y�� �YZ��YZ� �YZ�
SERVI�?O: BRAZA em Juiz de Fora
�Y"� Onde: Cultural Bar
�~Z️ Telefone:
�Y-" Quando: 14/07 | 23h
�Y"� Classificação: 18 anos
�Y'� Valor (antecipado): Meia-Entrada: R$ 30 | Inteira: R$40
�~Z️ Contato: [email protected]