Nos dias 14 e 15/09, o Cine-Theatro Cental recebe Christiane Torloni em JF, com o espetáculo Master Class. A atriz interpreta Maria Callas, uma renomada musicista e cantora de ópera do século XX. No palco, Torloni dá vida a relação conflituosa e enérgica de Callas com seus alunos e seus dramas pessoais. Ficou curioso sobre o espetáculo? A gente também! Por isso, batemos um papo com Christiane Torloni para descobrir mais detalhes sobre a peça. Confira!
 

Christiane Torloni em JF: apresentação ocorre no Cine-Theatro Central (Foto: divulgação)

ZINE: Quais são os desafios de interpretar Maria Callas?

Christiane Torloni: �? um trabalho que exige uma precisão danada, que vai além da dança... Preparo-me com muito rigor e concentração. Interpretar uma personalidade é sempre um risco maior, porque as pessoas podem ir lá conferir (risos). Sobre o texto de Callas, ele é muito atual. Maria foi uma mulher tão à frente de seu tempo que, em alguns aspectos, precisei de 40 anos de carreira para vivê-la!

 

Maria Callas se apresentando

 

ZINE: Essa é a terceira turnê de Master Class, por que o espetáculo continua vivo e querido pelo público?

Christiane Torloni: Brinco que acho que é um espetáculo de autoajuda. �? tão bonito você acompanhar a história de uma pessoa que foi tão humana. Maria Callas, durante sua trajetória, foi superando seus desafios, suas limitações e se reinventando. O texto fala dessa capacidade magnífica de nos reinventarmos e sobrevivermos. As pessoas saem da peça com vontade de viver, de amar e de sonhar. 

 

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ZINE: Maria Callas era uma famosa cantora de ópera. Pra você, o que há de especial na ópera? E como esse gênero se relaciona com a história de Master Class?

Christiane Torloni: Como todo artista, tenho uma relação muito próxima com a música. Como a história mostra as aulas que Maria Callas deu na Juilliard School - famosa escola de música de Nova York - tenho duas sopranos e um tenor comigo. �? uma maravilha! Eu não canto em cena, mas estou muito bem acompanhada. Eu fico emocionada todos os dias vendo as meninas cantarem. O público fará um breve passeio por grandes obras da ópera mundial. Canções de espetáculos como Lady Macbeth, de Verdi, a Cabaletta, cantada por Callas, fazem parte da peça. As músicas são muito bem interpretadas por Julianne Daud.

 

"Maria Callas não era só uma intérprete, ela era uma grande musicista e tocava piano muito bem. Ela entendia tanto de música quanto os maestros que a regiam e, por isso, pôde desfrutar deles, e eles dela, como ninguém. Ela não era só uma cantora interessada em cantar notas. "  Christiane Torloni (Foto: Marcos Mesquita)
 

ZINE: Em Master Class, podemos ver como Maria Callas se relaciona com seus alunos e seus dramas pessoais. Você acha que essas adversidades se mantêm atuais?

Christiane Torloni: Apesar de toda a técnica vocal, Callas não acreditava só em perícia. O mais importante para ela, era o que vinha do coração e o espetáculo a apresenta forçando isso nos alunos... �? uma aula de humanidade. Uma questão, talvez seja o que mais me inspire, é que ela não tinha uma relação com alguém que a desafiasse. Era Callas que desafiava Callas e isso é uma outra maneira de ver tudo. A maioria das pessoas tem o desafio de fora para dentro. Já para Callas, era o contrário, vinha de dentro dela. 

 

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ZINE: Juiz de Fora é a única cidade do estado de Minas Gerais na agenda da temporada. Qual recado você deixaria para o público juiz-forano antes da sua peça?

Christiane Torloni: Eu queria muito me apresentar em Juiz de Fora. A última vez que estive na cidade foi no aniversário do Milton Nascimento, há dois anos. Sempre fui muito bem recebida pelos juiz-foranos e quero reencontrá-los no Cine-Theatro Central.

 

Christiane Torloni interpreta Maria Callas, e Julianne Daud dá vida à Sharon Graham (Foto: Mascos Mesquita)

 

"Esse é um espetáculo para você se apoiar em alguém que, mais do que tudo, não desistiu do seu belo."  -Christiane Torloni