Dos versos à dança
Com onze espet�culos no curr�culo, a Cia de Dan�a Deborah Colker acumula pr�mios e grandes apresenta��es ao redor do mundo. O trabalho da companhia � aut�ntico e sempre surpreende a plateia, com coreografias impec�veis e hist�rias que emocionam. Deborah Colker e seus bailarinos voltam a Juiz de Fora neste fim de semana, para uma apresenta��o �nica do espet�culo Tatyana. Confira o bate-papo com a core�grafa:
A sua companhia j� se apresentou em diversos pa�ses do mundo e voc� � reconhecida como uma das mais importantes core�grafas brasileiras... Como transformar esse reconhecimento em inspira��o para o trabalho di�rio?
Esse reconhecimento � bacana, porque o trabalho � �rduo. A gente ensaia 7 horas e 45 minutos todos os dias, fa�a chuva ou fa�a sol. Quando temos espet�culo no hor�rio de 21h, a gente come�a o dia �s 03h, porque a gente tem que pensar no espet�culo que vamos apresentar e algumas vezes temos apresenta��es diferentes em outros lugares. Estamos em um momento, por exemplo, em que estamos fazendo Tatyana, acabamos de fazer uma grande temporada popular no Rio de Belle e recentemente chegamos de Toronto, no Canad�, com Mix. Ent�o a gente tem tr�s espet�culos de repert�rio em cartaz e j� estamos com um trabalho novo, que estamos come�ando a desenvolver. Tudo isso � feito com a mesma Companhia, ent�o � um trabalho de muita precis�o, dedica��o e que demanda muito tempo, demanda a vida da gente. O nosso trabalho estar sendo reconhecido, estabelecendo essa conex�o com o mundo inteiro, d� estima pra gente continuar, � muito bom.
Esse reconhecimento � bacana, porque o trabalho � �rduo. A gente ensaia 7 horas e 45 minutos todos os dias, fa�a chuva ou fa�a sol. Quando temos espet�culo no hor�rio de 21h, a gente come�a o dia �s 03h, porque a gente tem que pensar no espet�culo que vamos apresentar e algumas vezes temos apresenta��es diferentes em outros lugares. Estamos em um momento, por exemplo, em que estamos fazendo Tatyana, acabamos de fazer uma grande temporada popular no Rio de Belle e recentemente chegamos de Toronto, no Canad�, com Mix. Ent�o a gente tem tr�s espet�culos de repert�rio em cartaz e j� estamos com um trabalho novo, que estamos come�ando a desenvolver. Tudo isso � feito com a mesma Companhia, ent�o � um trabalho de muita precis�o, dedica��o e que demanda muito tempo, demanda a vida da gente. O nosso trabalho estar sendo reconhecido, estabelecendo essa conex�o com o mundo inteiro, d� estima pra gente continuar, � muito bom.
Como � o processo de adaptar uma obra liter�ria para um espet�culo de dan�a, como aconteceu em Tatyana?
A obra Evgu�ni Oni�guin � do in�cio do s�culo XIX e foi escrita em versos, ent�o estamos falando em poesia. A poesia e a dan�a estabelecem um di�logo muito especial, porque a poesia traz e possibilita muitas met�foras, associa��es, muitos sentimentos que voc� pode traduzir em cada uma das palavras que o Aleksandr P�chkin escreveu quando ele trouxe essa hist�ria. � uma hist�ria de amor, da revela��o de um amor. Eu adaptei essa obra reduzindo os personagens, concentrei ela em cinco personagens, come�ando pelo pr�prio Oni�guin, que � o protagonista do livro. Pra mim a Tatyana � muito importante, por isso eu dei o nome de Tatyana ao meu espet�culo. Outros dois personagens s�o a Olga, irm� da Tatyana, e o Lenski, que � o noivo da Olga, e se torna um grande amigo do Oni�guin. Eu me apaixonei por esses quatro personagens e eu trago eles pra cena. Al�m deles, eu tamb�m trago o autor ? o P�chkin ? que est� presente no palco, construindo essas rela��es entre os quatro personagens, trazendo esses sentimentos, essa rede de acertos t�o importante que se estabelece entre eles, para falar sobre o amor, o ci�me, a coragem, a escolha. S�o a��es t�o importantes e � impressionante como uma hist�ria do s�culo XIX � t�o atual nesses sentimentos. S�o emo��es que fazem parte da nossa vida, ent�o adaptar uma hist�ria do mundo russo, trazer a m�sica russa, trazer essa intensidade e a dramaturgia do mundo russo � muito inspirador.
A obra Evgu�ni Oni�guin � do in�cio do s�culo XIX e foi escrita em versos, ent�o estamos falando em poesia. A poesia e a dan�a estabelecem um di�logo muito especial, porque a poesia traz e possibilita muitas met�foras, associa��es, muitos sentimentos que voc� pode traduzir em cada uma das palavras que o Aleksandr P�chkin escreveu quando ele trouxe essa hist�ria. � uma hist�ria de amor, da revela��o de um amor. Eu adaptei essa obra reduzindo os personagens, concentrei ela em cinco personagens, come�ando pelo pr�prio Oni�guin, que � o protagonista do livro. Pra mim a Tatyana � muito importante, por isso eu dei o nome de Tatyana ao meu espet�culo. Outros dois personagens s�o a Olga, irm� da Tatyana, e o Lenski, que � o noivo da Olga, e se torna um grande amigo do Oni�guin. Eu me apaixonei por esses quatro personagens e eu trago eles pra cena. Al�m deles, eu tamb�m trago o autor ? o P�chkin ? que est� presente no palco, construindo essas rela��es entre os quatro personagens, trazendo esses sentimentos, essa rede de acertos t�o importante que se estabelece entre eles, para falar sobre o amor, o ci�me, a coragem, a escolha. S�o a��es t�o importantes e � impressionante como uma hist�ria do s�culo XIX � t�o atual nesses sentimentos. S�o emo��es que fazem parte da nossa vida, ent�o adaptar uma hist�ria do mundo russo, trazer a m�sica russa, trazer essa intensidade e a dramaturgia do mundo russo � muito inspirador.
O que o p�blico vai encontrar no palco quando assistir a esse espet�culo?
� a possibilidade de contar uma hist�ria atrav�s da dan�a contempor�nea, sem m�mica, sem pantonima, potencializando esses personagens e a hist�ria deles atrav�s do movimento e atrav�s do sentimento. � um espet�culo que tem muito movimento! No primeiro ato tem uma �rvore, que � a casa da Tatyana, e � a natureza que o P�chkin adora. Essa �rvore traz esse lugar, a casa dela, a intimidade e ao mesmo tempo se pode ir associando esses galhos como as esta��es e o lugar em que o duelo acontece. No segundo ato essa �rvore sai e vem o meu cen�rio mais caro, mais minimalista. � o que menos tem coisas, mas traz in�meras possibilidades, muita atmosfera, muita textura diferente. � um momento muito po�tico quando o Oni�guin volta e reencontra a Tatyana. Nesse momento ela fala que j� � tarde, porque ela havia escrito uma carta revelando seu amor pro Oni�guin e ele falou que n�o queria nada com ela. Depois de anos, depois de ter matado o Lenski, ele volta e quer a Tatyana de volta. A� ela fala que j� � tarde, mas demora a tomar essa decis�o, ela tem uma noite inteira com febre, sonhos er�ticos. S�o tr�s telas de transpar�ncia e a gente trabalha com a luz e a apari��o. Os movimentos aparecem e desaparecem atrav�s de jogo de luz e proje��es, ent�o � muito po�tico. Eu acho que a plateia tem dois momentos: um momento de muita a��o, j� conhecido da companhia, e um outro momento de muita poesia, muita leveza.
� a possibilidade de contar uma hist�ria atrav�s da dan�a contempor�nea, sem m�mica, sem pantonima, potencializando esses personagens e a hist�ria deles atrav�s do movimento e atrav�s do sentimento. � um espet�culo que tem muito movimento! No primeiro ato tem uma �rvore, que � a casa da Tatyana, e � a natureza que o P�chkin adora. Essa �rvore traz esse lugar, a casa dela, a intimidade e ao mesmo tempo se pode ir associando esses galhos como as esta��es e o lugar em que o duelo acontece. No segundo ato essa �rvore sai e vem o meu cen�rio mais caro, mais minimalista. � o que menos tem coisas, mas traz in�meras possibilidades, muita atmosfera, muita textura diferente. � um momento muito po�tico quando o Oni�guin volta e reencontra a Tatyana. Nesse momento ela fala que j� � tarde, porque ela havia escrito uma carta revelando seu amor pro Oni�guin e ele falou que n�o queria nada com ela. Depois de anos, depois de ter matado o Lenski, ele volta e quer a Tatyana de volta. A� ela fala que j� � tarde, mas demora a tomar essa decis�o, ela tem uma noite inteira com febre, sonhos er�ticos. S�o tr�s telas de transpar�ncia e a gente trabalha com a luz e a apari��o. Os movimentos aparecem e desaparecem atrav�s de jogo de luz e proje��es, ent�o � muito po�tico. Eu acho que a plateia tem dois momentos: um momento de muita a��o, j� conhecido da companhia, e um outro momento de muita poesia, muita leveza.
A Cia de Dan�a Deborah Colker apresenta o espt�culo Tatyana nesta sexta (21), no Cine-Theatro Central.