8 Jornalistas de Juiz de Fora para conhecer e acompanhar!
O #BlogZine relembra agora um conteúdo super bacana para celebrar uma profissão imprescindível, inclusive, no nosso time!
Na quarta (07/04) celebra-se o Dia do Jornalista e, como forma de informação e homenagem, elencamos abaixo 8 jornalistas de Juiz de Fora/MG que se destacaram e merecem o seu reconhecimento.
Antes de começar sua leitura:
Para realizar o conteúdo especial abaixo, a equipe do Zine Cultural entrou em contato com algumas jornalistas de Juiz de Fora para entender quais são os desafios enfrentados por elas dentro de seu campo profissional.
Todas foram abordadas, em março de 2020, com perguntas a respeito da importância da figura feminina no jornalismo, do preconceito, desrespeito e descredibilidade no mercado de trabalho, além de contarem sobre seu dia a dia na profissão. Veja só o que elas falaram �Y'?
1- Barbara Riolino
Bárbara Riolino
A mineira de Juiz de Fora/MG, Barbara Riolino, é formada em comunicação social com habilitação em Jornalismo. Seu foco é escrever.
Desde 2012, Bárbara trabalha como repórter no jornal local Tribuna de Minas, no qual teve experiências diversas com produção de textos para as editorias de Cidade, Economia, Política, Cultura, Moda e Arquitetura.
Ao ser perguntada sobre uma possível evolução do modo de ver a mulher em cada ramo do jornalismo, seja ele no rádio, no impresso ou na televisão, Bárbara comentou que houve SIM um avanço, mas que ainda há muito a ser feito.
(Foto: Acervo pessoal)
Segundo ela, as roupas estão mais leves, mais coloridas e descontraídas, o visual tem ficado cada vez mais livre de padrões. Bárbara exemplifica essa evolução com o caso da âncora do Jornal Hoje, Maju Coutinho, que possui cabelos afros naturais e livres, o que, de acordo com ela, era inviável há algum tempo.
Como jornalista e mulher, ela fala da necessidade de tratar sobre determinados assuntos com um olhar diferente do que a sociedade tende a perpetuar e acrescenta:
"As pessoas precisam entender que a mulher é vítima, não autora das situações em que ela está. Entender que a mulher - negra, hétero, homossexual, trans e travesti - tem voz e precisa ser ouvida."Barbara Riolino
2- Beatriz Thielmann
A mineira de Juiz de Fora, Beatriz Thielmann, foi a primeira repórter da TV Globo a entrevistar Fidel Castro
Nascida em 1952 aqui na princesa de Minas, Beatriz Thielmann entrou para a TV Globo aos 30 anos de idade e foi a primeira repórter da emissora a entrevistar o líder político cubano Fidel Castro.
A mineira, que participou de telejornais como Bom Dia Brasil, Jornal da Globo, Jornal Nacional, Globo Repórter e Globo News, acumula em seu repertório coberturas jornalisticas de momentos importantes para o país.
�? o caso da promulgação da Assembléia Nacional Constituinte, da eleição de Tancredo Neves, da morte de Tancredo Neves e Oscar Niemayer, Rio+20, Eco-92, visita do Papa Francisco, entre muitas outras pautas.
Na busca para estimular o empoderamento feminino e o amadurecimento de assuntos relacionados às mulheres, Beatriz Thielmann escreveu um livro denominado "De Mulheres Para Mulheres: mas que todo homem deve ler".
Além disso, na bagagem da jornalista estão ainda direção de filmes e reportagens que lhes renderam prêmio Unicef. Beatriz faleceu em 2015 devido um câncer.
3- Daniela Arbex
A juiz-forana Daniela Abex é autora de best-seller e jornalista investigativa
Expoente no cenário mundial de jornalismo investigativo, a juiz-forana Daniela Arbex, nascida em 1973, é vencedora de mais de 20 prêmios nacionais e internacionais.
Daniela iniciou sua carreira no jornal Tribuna de Minas e hoje atua como escritora, tendo já publicado o best-seller que rendeu a produção de um documentário pela HBO, o "Holocausto Brasileiro", este que já soma exibições em mais de 30 países.
"Cova 312" e "Todo Dia a Mesma Noite" (história da Boate Kiss) são os outros dois livros de sua autoria nessa temática de investigação jornalistica.
Em conversa com o #Zine Daniela Arbex contou que acredita ter passado por todos os tipos de preconceito dentro do trabalho, mas afirmou que isso nunca foi empecilho para que ela deixasse de seguir em frente, e, diante disso, respondeu à essas adversidades com um trabalho de muita qualidade.
Sobre ser uma mulher dentro deste cenário, Daniela fez a seguinte reflexão:
"Eu só vejo vantagem em ser jornalista mulher! Nós mulheres temos sensibilidade e temos um poder de escuta que permite a construção de confiança junto aos personagens. Nós realmente conseguimos construir uma relação de confiança para que as pessoas se abram e contem suas histórias, principalmente em casos de violação sexual. Nós conseguimos oferecer escuta e empatia por poder nos colocar no lugar de uma outra mulher que passou por isso."
Daniela Arbex
Daniela Arbex e seu livro "Todo Dia A Mesma Noite". (Foto: Fernando Priamo)
A jornalista juiz-forana ministra palestras para alunos de diversos cursos no país e serve de incentivo para muitos deles. Inclusive, universidades e escolas estão adotando seus livros para estudo e reflexão.
Ainda em entrevista, Daniela contou que recebe mensagens de alunos que se inspiraram em seu trabalho para prosseguir com um curso, outros que vão ser profissionais melhores depois da leitura dos livros ou que vão seguir outro ramo no trabalho.
4- �?rica Salazar
A juiz-forana �?rica Salazar é apresentadora e editora-chefe no MGTV
�?rica Salazar é sem dúvidas um dos rostos mais conhecidos pelos telespectadores da cidade de Juiz de Fora/MG.
A jornalista começou sua carreira na antiga TV Tiradentes e depois, ao entrar na TV Integração, filiada da rede Globo, em 1999, �?rica iniciou seu trabalho como repórter externa e apresentadora reserva do MGTV 2ª edição.
Em 2009, a telejornalista passou a atuar como apresentadora do MGTV 1ª edição, no qual está até hoje. Um ano após essa mudança de cargo, �?rica ganhou ainda mais espaço no jornal local e assumiu a posição de editora-chefe do programa.
Assim, a juiz-forana tem um papel de liderança que, segundo ela, a permite atuar depositando seu perfil feminino e suas características nas matérias.
(Foto: Acervo pessoal)
Em entrevista ao #Zine, �?rica contou que já presenciou questionamentos sobre necessidade de certas características estéticas para ser uma apresentadora ou repórter e diz ter se incomodado muito com essa seletividade.
Contudo, ela comenta que nunca sofreu nenhum tipo de preconceito frente-a-frente, mas que enxerga a existência e gravidade dele.
Ao falar sobre a importância da figura feminina no mercado de trabalho, �?rica enxerga o feminino em tudo que observa e acredita na credibilidade da mulher em todos os espaços.
"Eu enxergo o feminino das formas mais variadas, em tudo que vejo. Na sensibilidade, na luta, na leveza e na bravura. Na figura materna mesmo, de segurar as pontas quando a casa cai, aguentar a dor do parto, a TPM, o machismo. E aposto na sororidade e na credibilidade feminina para a conquista de mais espaço sempre. "
�?rica Salazar
5- Júlia Pessôa
Júlia Pessôa escreve para a coluna de domingo no jornal Tribuna de Minas (Foto: Marcelo Ribeiro)
Júlia Pessôa, assim como algumas colegas de profissão acima, iniciou sua carreira no jornal Tribuna de Minas, no qual passou por TODAS as editorias.
Após essa experiência por diversas áreas, dedicou-se à coluna que vai ao ar todos os domingos ("Antes que eu me esqueça ") e a partir daí viu uma grande reviravolta em sua carreira.
Hoje, além da função no jornal, dedica-se à docência que, em suas palavras, é a sua verdadeira paixão.
Ao ser perguntada sobre o papel do jornalismo em épocas especiais, tal qual o Dia Internacional das Mulheres, Júlia deixou claro que é importante não focar apenas em reportagens bonitas, celebrativas e nem as que invisibilizam as lutas de todas as mulheres.
Segundo ela, é necessário dar voz às mulheres que não estão na mídia diariamente.
Quando perguntamos se ela havia tido alguma experiência negativa por ser mulher nesta profissão, ela contou que sim e ainda concluiu seu pensamento:
"Qualquer mulher em um espaço de voz é questionada, ridicularizada, deslegitimada e isso comigo acontece toda semana na sessão de comentários. Por isso a importância das jornalistas nos jornais, revistas, televisões, rádios e internet. �? a representatividade. �? importante que as mulheres mostrem que podem ocupar o espaço que bem quiserem."
Júlia Pessôa
6- Letícia Santos
Letícia Santos é produtora audiovisual da UFJF
A jornalista Letícia Santos trabalha como produtora audiovisual no setor de Criação da Universidade Federal de Juiz de Fora onde estudou e se encontrou dentro da profissão.
Letícia se formou em 2018 e, segundo ela, assume o necessário papel de defender a importância e o valor da universidade pública gratuita e de qualidade para os moradores da cidade e da região.
A jovem jornalista, em entrevista ao #Zine, afirmou o seu desejo como jornalista mulher e negra para o futuro de sua profissão.
"Acho que as mulheres jornalistas devem reforçar a sua representatividade e lugar no mercado. No meu caso, como mulher negra, espero ver mais mulheres negras em frente às câmeras, não só atrás delas."
Letícia Santos
7- Marise Baesso
Marise Baesso soma muitas atuações no jornalismo e educação da cidade de Juiz de Fora/MG
Marise Baesso é uma jornalista de Juiz de Fora/MG conhecida por muitos alunos de Jornalismo de diferentes instituições da cidade.
Professora universitária, repórter da área de segurança pública, editora e chefe de reportagem do jornal Tribuna de Minas, jornalista da Câmara Municipal de Juiz de Fora onde dá voz e espaço à população na JFTV Câmara... são inúmeros os caminhos que fizeram e fazem parte da trajetória de Marise no jornalismo.
O #BlogZine conversou com ela sobre suas experiências e percepções acerca do que já presenciou sobre o tema mulher no mundo do jornalismo.
"Como mulher, enfrentei alguns preconceitos quando era repórter na área de segurança pública. Percebíamos claramente nos corredores da delegacia e dos batalhões como homens e mulheres eram tratados de forma diferente. Como tínhamos que nos preocupar com a roupa que vestíamos por estarmos em ambientes predominantemente machistas. Hoje no campo da política, também percebo que, apesar de menores, ainda há distinções entre homens e mulheres no trabalho."
Marise Baesso
(Foto: Acervo Pessoal / Leonardo Costa)
Marise comentou ainda sobre a importância da figura feminina na profissão para assuntos relacionados às próprias mulheres:
"�? importante que as mulheres jornalistas consigam colocar em prática pautas que sejam também importantes para levantar nossas bandeiras. Muitas vezes, os assuntos feministas ficam invisibilizados, já que, na maioria das vezes, são as chefias que decidem o que será mostrado e o que não será. No Dia da Mulher, nós, jornalistas, como maioria na profissão, temos que lembrar das várias lutas das mulheres, das vitórias e também da necessidade de nos mantermos no front."
Marise Baesso
8- Roberta Oliveira
Roberta Oliveria tem passagens pela rádio, web, além de ser autora do blog "Literatura para Mulherzinha" (Foto: Nathalie Guimarães)
Nascida e criada em Juiz de Fora/MG, Roberta Oliveira soma mais de 19 anos de profissão.
Há 15, resolveu se aventurar na produção do blog "Literatura de Mulherzinha", no qual comenta sobre coisas que leu, ouviu e eventos esportivos.
Antes disso, seu primeiro contato com o jornalismo veio por meio da rádio, nas emissoras Rádio Solar, Panorama FM e Rádio Itatiaia.
Acumula também passagens pelo jornalismo impresso como colunista nos jornais JF Hoje e Panorama; e na produção da TV Panorama (atual TV Integração), momento em que integrou a equipe que implantou os sites conhecidos e reconhecidos pelo internauta: GloboEsporte e G1 na Zona da Mata.
"Em todas as áreas, as mulheres caminharam e obrigaram o mundo a evoluir, mas é um trabalho constante, em andamento e que ainda há muito a ser feito."
Roberta Oliveira
Ao ser perguntada sobre a importância da mulher dentro do cenário jornalístico, Roberta atentou para os deveres da profissão que, além de informar, é orientar.
Portanto, as mulheres neste meio precisam orientar as outras sobre os direitos da saúde física e mental de cada uma.
"Em um mundo onde a ignorância ainda encontra terreno fértil para proliferar, o jornalismo pode �?" e deve �?" trabalhar pela promoção e orientação dos direitos, da saúde física e mental das mulheres."
Roberta Oliveira
Esse foi um conteúdo desenvolvido em março de 2020 e recordado nesta quarta (07/04) como forma de homenagear o Dia do Jornalista e o legado das mulheres para a profissão.