Recriando a magia
Leitor ávido de romances como Harry Potter e Senhor dos Anéis, Hélio Rocha sempre questionava o que lia, o que foi o ponto de partida para começar a escrever suas próprias histórias. Aos 14 anos o juiz-forano rabiscou as primeiras linhas de Málkian, primeiro livro de sua carreira, que será publicado esta semana, dez anos depois.
"Eu sentia falta de um romance que tivesse algo de nosso, da nossa cultura latina, além dos livros todos pautados em mitologia britânica ou nórdica, como esses tradicionais que a gente vê irem para o cinema. E aí eu criei essa história, em que a personagem narradora conta como o mundo perdeu sua magia. É uma alegoria à forma como nós, humanos, permitimos ao longo da história que a magia do nosso próprio mundo se perdesse, ao optarmos historicamente pelo cientificismo, em contraposição a uma concepção mais mística do universo. Minha narrativa se passa num cenário semelhante ao nosso renascimento, que é o ponto de dissenção entre essa mística medieval e o cientificismo moderno, que deu fim à nossa 'magia'", revela o autor.
A partir daí, Hélio realizou pesquisas que o levaram até a Universidade de Coimbra, em Portugal, para criar uma fantasia infanto juvenil que conta a história de uma pessoa que porta a última magia do mundo e, aos mais de 500 anos de idade, decide escrever sobre os anos de sua juventude, em que haviam povos como os anjos brancos e os anjos negros e quatro guerreiros que tinham a missão de proteger o legado de uma menina deusa que, muito tempo atrás, viera ao mundo para livrá-lo da escuridão.
Terminado o período de escrita, Hélio ainda passou alguns anos lapidando a obra e buscando publicação de editoras. "Às vezes o mercado é cruel e fecha portas para autores novos. Então decidi publicar de forma independente, para ter bastante autonomia no meu trabalho. Estou me sentindo realizado, mas sei que vem muito mais trabalho por aí" conclui.
O lançamento acontece no dia 7 de junho, das 16h às 19h, na Planet Music.