Desafio D'A-Z Minas: 8 cantoras de Juiz de Fora que são referência
No dia 08 de março comemora-se o Dia Internacional da Mulher. Entretanto, o que muitos não sabem, é que não apenas nesta data, mas sempre é um importante momento para refletir sobre a reivindicação da igualdade de direitos e conscientização de todos acerca de inúmeras lutas das mulheres por melhores condições de trabalho e vida. O Zine Cultural deu início a uma série criada com o intuito de mostrar a diversidade das minas de A a Z, e aqui você confere sobre o primeiro desafio: 8 cantoras de Juiz de Fora que são referência na cidade.
Participante do programa The Voice Brasil, Alessandra Crispin é uma das principais interpretes do samba e da MPB em nossa região. Com sua voz conquistou o respeito do público e como cantora solo é representante de um estilo singular. A artista realiza shows em comemoração ao Dia Internacional da Mulher.
2) Ana Carolina
Quando pensamos em "cantora de Juiz de Fora" certamente o nome "Ana Carolina" é lembrado. Colecionadora de diversos prêmios e com mais de 20 anos de carreira, a artista já declarou em entrevista para o Jornal do Brasil que o Dia da Mulher é muito importante para ela. Segundo Ana, mulheres na música fazem muita diferença e Dalva de Oliveira e Dolores Duran são referências para ela, uma vez que marcaram presença na composição quando apenas homens faziam isso. Cassia Eller também é um exemplo para a cantora, que admira a clareza com que Cassia assumiu sua orientação e tornou-se referência para tantas.
Você, mulher! Não tenha medo, não sofra com nenhum tipo de machismo no trabalho ou em casa com familiarias, responda! Pois é desta maneira que a gente muda as coisas. Eu sempre fiz isso e nunca, tudo que recebi respondendo a esse tipo de coisa foi muito melhor do que se eu ficasse calada.
3) Carol Tavares
Mulher e representante da música em Juiz de Fora, Carol Tavares faz shows o mês inteiro em diversos bares da cidade com seu atual projeto intitulado "Swing do Brasil, no qual mistura diversos ritmos brasileiros que vão do Samba ao Rock. Além de cantora, a artista também é compositora e possui diversas canções de sua autoria. Carol revela que a sua proposta é levar luz, alegria e reflexão ao público. Neste ano, Carol está com um objetivo pessoal de gravar várias músicas autorais em parceria com outros artistas, mas principalmente mulheres. O intuito, além de o de levar música de qualidade e uma mensagem positiva, é também mostrar toda a força, talento e valores da mulher.
O mercado de trabalho musical é, de maneira geral, masculino e machista, e em Juiz de Fora não seria muito diferente, porém, ao mesmo tempo a um crescente numero de mulheres engajadas em ter uma representatividade maior, e eu como uma delas, sigo focada em levar além da música, essa mensagem de igualdade, respeito, amor e positividade. Além de tudo isso, existe também a questão da objetificação da mulher, que muitas vezes coloca o talento de lado, e com isso percebo que em muitos casos somos subestimadas pela nossa arte, mas estamos ai dia após dia trilhando para o nosso objetivo, que é levar luz, amor, ter voz e que não precise mais de uma dia da mulher para ter que lembrar, e buscar o seu valor.
4) Laura Januzzi
Laura Jannuzzi é uma cantora, compositora e ativista de Juiz de Fora. A artista é considerada um dos revigorantes nomes da chamada "Nova MPB" e sua música flerta com o folk, o jazz e a música alternativa. A jovem artista tornou-se cantora profissional aos 25 anos, com a escolha de uma carreira artística a seu curso de medicina, para desenvolver as técnicas de composição e execução musical. Laura, com um repertório autoral considerável, estabelece parcerias com compositores, diferentes artistas e instrumentistas, e assim inicia um trabalho que surpreende o público em relação à peculiaridade das características da cantora e de suas canções.
5) MC Xuxu
Karol Vieira, mais conhecida como Mc Xuxu, os 17 anos se assumiu como mulher trans e foi expulsa da casa dos pais. Se prostituiu como 90% das travestis e transexuais fazem para sobreviver no Brasil, além de viver toda a situação de miséria a que são submetidas as pessoas que vivem nessa condição. A artista viu suas amigas serem violentadas e mortas e foi mais uma vítima em 2013, quando sofre uma tentativa de assassinato. Karol contrariou as estatísticas e resistiu como mulher, trans, negra e periférica e é uma das principais revelações da cena com diversos hits.
6) Paty Fernandez
Paty Fernandez é uma cantora e compositora juiz-forana que se apresenta com diversos sucessos do sertanejo em vários bares de Juiz de Fora e região e Rio de Janeiro.
Sobre ser mulher nesse meio que vivo, o sertanejo, sempre foi muito difícil, visto que "era coisa pra homem", mas eu nunca desisti e nunca mudei meu estilo, até que hoje, graças a Deus, as mulheres dominaram o mercado. No dia da mulher, devemos sempre nos lembrar que se hoje somos livres e podemos ser o que quisermos é graça a luta de muitas que nunca desistiram. Essa data deve ser comemorada intensamente, uma vez que a liberdade que temos hoje não tem preço.
Desde sua infância como catadora de papel ao início da vida adulta como caixa de supermercado, Sandra não imaginava que se tornaria artista, embora sempre carregasse o amor pela música. Hoje, Sandra é referência para muitas e tem todo o cenário musical, em especial, do samba. Além de tudo isso, Sandra se orgulha muito de ser mulher...
Dia da Mulher para mim, vai além de somente comemorar, é um dia de refletir sobre nossas lutas, nossas conquistas, sobre o resultado de nossas ações ou inércias . Somos especiais por natureza, vivemos a dor e a delícia de viver num mundo cada vez mais louco, onde nosso grito muitas vezes seja nossa única opção. Sou Sandra, sou negra, sou mãe, sou forte, sou guerreira, sou muito mulher..
8) Tássia Rocha
Tássia Rocha, também conhecida como Tata Rocha e Tata Chama, é vocalista do grupo juiz-forano Tata Chama e as Inflamáveis. O conjunto é o resultado de um encontro entre amigos que decidiram se unir devido a uma vontade em comum de expressar e transmitir energias transformadoras por meio do som em prol da música autoral e independente no cenário local de JF.
Nunca fui muito ligada às datas comemorativas do calendário oficial, porém diante do cenário em que nos encontramos atualmente, me parece urgente a ocupação dos espaços tanto figurativos quanto físicos na sociedade, tal como o dia de hoje!O dia da mulher pra mim significa mais um dia de luta, de despertar para a importância da energia feminina que há em todos nós . E o feminino pra mim é a sutileza, olhares e ouvidos atentos, o trato afetivo uns com os outros e nosso com o universo. Para um mundo melhor, penso que é dever de cada um aprender a exaltar as subjetividades, cuidar afetivamente dos nossos espaços (o quarto, a casa, a rua, o bairro, a cidade, corpo, mente, coração), das relações humanas e entender a importância dos coletivos. Como um corpo político, sinto na pele o desafio de ser mulher, urbanista e artista, ainda que em posição de privilégio sob vários outros aspectos, e não é nada fácil... Mas junt@s somos mais fortes, um exemplo disso é a movimentação linda organizada para o 8M por vários coletivos feministas da cidade. Cada um na sua linha e ao mesmo tempo todos unidos por uma mesma causa. Através de uma atuação micropolítica consigo vislumbrar a revolução, por novos modos de agir e pensar... �? o que aplico na minha vida pessoal, espiritual, profissional e também o que pretendo levar dessa rápida experiência na terra.Tenho a sorte e o prazer de ter sido neta, ser filha, sobrinha, amiga e parceira de vida de mulheres incríveis, que eu admiro muitíssimo! A estas e todas as outras mulheres desse mundão desejo muita força pra seguir lutando! Estamos juntas!
Tata Chama e as Inflamáveis (Foto: Divulgação)
Confira mais sobre o trabalho de Tata Chama e as Inflamáveis, grupo que Tássia Rocha faz parte
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